Coluna da Mari: Noite feliz, noite feliz

          É hoje. Imaginei como seria tantas vezes, repassando o que eu deveria responder deduzindo as falas dele. E pensando em assuntos que eu poderia começar caso ficasse aquele silêncio desconfortável... Mas o nervosismo me fez esquecer tudo! No momento, minha maior preocupação é a roupa que vou usar no meu primeiro encontro. Não pode ser nada muito ousado, ou o garoto vai ficar com medo de mim, nem nada tão sou-a-pessoa-mais-tímida-do-mundo: o que provavelmente é verdade... 

          Depois de alguns minutos/horas revirando o guarda-roupa e reclamando de não ter nada pra vestir e que podia ter aproveitado a liquidação do dia anterior, finalmente achei uma blusa que era a minha cara no fim da última gaveta! (Afinal, o importante era eu me vestir arrumada, mas de um jeito que me sentisse confortável, tinha que me impor logo de primeira). Só tinha um probleminha: eu tinha emprestado a única saia que combinava com ela.

          Tive que esperar minha vizinha chegar, que tem a mesma idade que eu, e me emprestou um shortinho super fofo, que ameacei roubar hihi. Cheguei no cineminha e o garoto não estava lá. Comecei a imaginar mil coisas que poderiam ter acontecido, desde ele ter sido sequestrado no caminho, a ser abduzido por ETs. Me obriguei a parar com isso, antes que todo mundo olhasse pra mim andando de um lado pro outro falando sozinha. Então, uma mão tocou meu ombro, e todo o nervosismo e insegurança sumiram. Naqueles olhos, encontrei a confiança que precisava. Entramos e curtimos muito o "filme" (só não me pergunte a história!). Me imaginei como se fosse a mocinha da longa metragem quando nossos lábios se tocaram, e foi tão natural que era como se minha vida toda eu estivesse esperando ele. O cavalheiro ainda me levou em casa, e rolou aquele beijinho de boa noite com a promessa de um segundo encontro... Nem preciso dizer que a noite foi perfeita, né?